quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Laços de Sangue (Charlaine Harris)

Depois do caos que foram os acontecimentos no Pyramid of Gizeh, Sookie Stackhouse tenta regressar à sua vida normal. Mas não é fácil. Quinn desapareceu e, quando se conhecem tantos seres sobrenaturais como aqueles com que Sookie convive, há sempre uma revelação iminente... e um sarilho à espera de acontecer. Por isso, entre fadas, vampiros e lobisomens, não surpreende que Sookie tenha pela frente novas aventuras.
Como seria de esperar, tendo em conta os livros anteriores, a principal característica de Laços de Sangue é a acção constante. Há sempre coisas a acontecer, não havendo uma única linha de acontecimentos ao longo do livro, mas várias histórias que se cruzam num ponto... chamado Sookie Stackhouse.
Neste livro, o início é um pouco caótico, em grande parte devido aos acontecimentos explosivos que marcaram o livro anterior. Ainda assim, esta fase mais estranha, que parece estar um pouco menos ligada a acontecimentos posteriores no livro, mas que deixa pistas interessantes para um futuro rumo da história em próximos volumes, é importante principalmente porque acrescenta novos detalhes sobre a natureza da própria Sookie. Serve ainda como primeira demonstração de um facto que vai evoluir de forma interessante ao longo do livro: as mudanças que, em parte devido ao elo de sangue, mas não só, se operaram em Eric e na sua relação com a telepata.
Tendo em conta a situação instável da comunidade sobrenatural, tanto na política vampírica como nos conflitos entre lobisomens (e Sookie terá algo de importante a fazer neste caso em concreto), há bastante menos da relação entre a protagonista e os seus vários pretendentes. Na verdade, parece haver um rumo mais definido neste aspecto, como se (ainda que tudo possa mudar no livro que se seguirá) a autora desse já algumas indicações do que acontecerá a Sookie em termos de relações.
Ainda de referir o facto de, apesar do ritmo compulsivo de acção e das grandes questões a nível da situação dos sobrenaturais, a autora explorar de forma bastante interessante o lado pessoal dos acontecimentos. Ao contar a história pela voz de Sookie, há algumas situações que parecem resolver-se rapidamente (como a questão do rei), mas é esta visão pessoal que permite entrar tão facilmente no ponto de vista da protagonista. Mais que a política vampírica, importa a forma como os acontecimentos atingirão Sookie e aqueles com quem se preocupa. E, tanto nos grandes cenários como nas pequenas traições, é o efeito que cada situação tem na protagonista que cria esse lado empático que chama a atenção.
Viciante, com um ritmo de acção que torna a leitura simplesmente compulsiva e a mesma escrita acessível e de leitura agradável que tem vindo a caracterizar esta série, uma história envolvente e que, com os pontos que deixa em aberto, desperta grande curiosidade para o que se seguirá.

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