quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

O Cavalo e o Seu Rapaz (C.S. Lewis)

Esta é a história de um rapaz que, ao descobrir que o seu pai adoptivo pretende vendê-lo a um visitante, decide fugir. Mas a sua fuga torna-se inesperadamente atribulada, primeiro ao descobrir que o cavalo que decide levar consigo é, afinal, um cavalo falante, e depois quando os seus caminhos se cruzam com uma jovem rapariga também em fuga. O seu destino leva-os para norte, para Narnia, mas o rumo das suas aventuras leva-os também a descobrir uma guerra iminente e uma história bastante maior para contar.
Com acontecimentos que sucedem no reinado das personagens apresentadas no livro anterior, mas deixando para estes um papel relativamente secundário, este livro apresenta um cenário completamente novo para grande parte da narrativa. E aqui começam os pontos interessantes deste livro. Ao desenvolver uma nova nação, com diferentes costumes e regras sociais - mas que, no essencial, se rege pelas mesmas qualidades e defeitos tão comuns à natureza humana - cria-se um interessante contraste entre os novos elementos e o mundo já conhecido, contraste que se torna ainda mais interessante já que Narnia está no destino dos seus protagonistas e o conflito da fase final põe também em evidência novos detalhes sobre o mundo já conhecido.
Tratando-se, mais uma vez, de uma história relativamente curta, não fica, em momento algum, a impressão de que falta alguma coisa. Na verdade, os elementos de aventura e de acção parecem conjugar-se na medida certa com as questões de emoção e até de moralidade. Tudo parece surgir nas medidas certas, com descrições muito bem conseguidas a realçar as diferenças entre os vários cenários, mas sem nunca perder a envolvência esperada de uma história que é, afinal, a de uma aventura.
Envolvente, com uma boa história e personagens interessantes, fica desta leitura (tal como dos volumes anteriores) a impressão global de uma obra que, relativamente breve, mas com muito de interessante a descobrir, cativa da primeira à última página e onde os contrastes, as surpresas e aquele leve toque de ternura e emoção fazem com que a leitura fique na memória. Muito bom.

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