segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

O Mapa dos Ossos (James Rollins)

A invasão de um serviço religioso por figuras armadas desencadeia um caos de sangue e morte. Para trás, os invasores deixam dezenas de vítimas, levando consigo apenas as relíquias guardadas na catedral. Mas o mistério não se prende unicamente com os objectos roubados. Também a causa de morte de muitas das vítimas parece ser um mistério. E são estas as razões que levam a que a Sigma seja contactada. Com um líder relutante e a colaboração de alguns elementos das autoridades do Vaticano, a equipa da Sigma terá de desvendar um mistério que é, afinal, muito maior do que parece.
Acção constante, e um cruzamento bastante bem conseguido entre elementos de História e de ciência são alguns dos pontos fortes deste livro. A busca de um enigma por diferentes cidades permite não só desenvolver a História dos lugares centrais do livro, mas conjugá-la com elementos das lendas e mitos a eles associados, desenvolvendo uma teoria que, ainda que por vezes possa parecer algo improvável, cruza os mais diversos aspectos históricos com elementos pouco conhecidos da ciência, para definir uma linha de possibilidades bastante intrigante.
Ainda assim, se a teoria que justifica o enredo é, por si só, bastante interessante, são as personagens o grande ponto forte. Há, no geral, uma série de interacções interessantes, onde quase ninguém é realmente o que parece, proporcionando várias surpresas ao longo da narrativa. Destaca-se, ainda assim, o desenvolvimento do protagonista. Gray Pierce, com a sua ousadia, cresce no papel de líder relutante, apela à empatia nas suas interacções com a equipa e na forma como reage às consequências do que pode correr mal e define ainda um interessante contraste (na sua vida enquanto membro da Sigma, por oposição às suas relações familiares) entre o seu papel enquanto Comandante e a sua simples e falível humanidade. A isto acrescenta-se a interacção de Gray com as figuras femininas do livro, definindo-se um novo contraste entre o instinto protector para com Rachel e a ambígua ligação estabelecida com Seichan.
Viciante, com uma boa história e personagens que surpreendem por uma complexidade que insinua já o crescimento que sofrerão em livros posteriores, este é um livro que surpreende tanto pelas pequenas coisas como pelo enredo principal. Uma teoria interessante, momentos intensos... e uma boa história.

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