terça-feira, 30 de abril de 2013

Terminus Pugna - A Sombra do Guerreiro Místico (William Claymore)

Vivem-se tempos conturbados em Ultimatus. Há conflitos pendentes entre os diferentes clãs, e a morte do rei James, cuja tirania excluiu do poder todos os seres não humanos, pouco fez para atenuar as divergências. Agora, o conselho julga que é tempo de instaurar um novo rei, um reconhecido como sendo o mais capaz. Para isso, decretam um torneio entre clãs, vencendo aquele cujos campeões derrotarem os dos seus adversários, sem tirar vidas. O problema é que nem todos parecem dispostos a aceitar as regras. Há quem tenha planos maiores. E, no centro deles, está Urkon, humano, mas campeão do clã dos vampiros, que deseja apenas libertar-se da sua missão para partir em busca da desaparecida Leonore. Mas os seus planos pouco interessam para quem se move nos caminhos da intriga...
Intrigante quanto baste, mas, por vezes, difícil de seguir, este é um livro com alguns pontos fortes, mas também claras fragilidades. Há aspectos bastante bons e, inclusive, alguns momentos muito bons, mas há problemas a contrariar estes pontos de interesse, deixando, assim, sentimentos contraditórios.
Começando pelos pontos fortes. A ideia geral é bastante interessante, tanto a nível de história como de sistema. Talvez não seja completamente nova, com os diferentes clãs e os inevitáveis conflitos, mas há uma base interessante e capaz de despertar curiosidade. Questões como os planos misteriosos de Sharko, o passado de Urkon e a sua muito enigmática busca por Leonore contribuem também para manter o interesse, mesmo quando os acontecimentos se tornam mais confusos. E, por último, quando a personalidade das personagens principais é mais desenvolvida, surgem bons momentos de empatia e traços de um carácter cativante. Em tudo isto, portanto, há bastante potencial e, sendo este apenas o início de uma série, muitas questões interessantes a explorar.
Quanto às fragilidades, dizem respeito essencialmente a dois aspectos. O primeiro é a escrita, que teria beneficiado substancialmente de uma boa revisão. Abundam as frases incompletas, as palavras utilizadas num sentido errado, os erros de concordância e de ortografia. Tudo situações que, porque frequentes, dificultam substancialmente a leitura, mas que seriam facilmente resolvidas com um pouco mais de atenção à revisão. A segunda questão diz respeito à organização das ideias: há relações complicadas entre várias personagens, intriga entre clãs, revelações do passado e, claro, um sistema considerável a explorar, mas grande parte do enredo centra-se na descrição de batalhas. Disto resulta que muitos dos restantes elementos são abordados de forma algo vaga e um pouco confusa, sendo difícil, por vezes, acompanhar as motivações dos envolvidos.
A impressão que fica, por isso, é a de uma ideia muito interessante, mas cuja concretização fica, em alguns aspectos, aquém das expectativas. Fica, ainda assim, e principalmente devido ao potencial do sistema e a alguns momentos bem conseguidos, alguma curiosidade em conhecer a evolução do enredo e das personagens. Que têm, apesar de tudo, alguns aspectos bastante interessantes.

Novidades Planeta


Em Portugal diz-se que o respeitinho é muito lindo.Mas nunca foi muito praticado. 
Em tempos passados, mesmo com uma Justiça justiceira, que mandava matar à mínima suspeita, os portugueses tinham forças e artes para se manifestarem, revoltarem, conspirarem e aldrabarem as autoridades. 
Quando apanhados, raramente havia clemência: tortura, degredo, forca, decepamentos, fuzilamentos e o mais que houvesse à mão. 
O subtítulo deste livro não é ingénuo: todos os portugueses se lembram do famoso apelo de Pinheiro de Azevedo à multidão, da janela dos Paços do Concelho: «O povo é sereno». Essa imagem de um povo manso tem sido contrariada em muitas ocasiões da História: seja pelos crimes que o «bom povo» planeia, sejam pelas penas que eram aplicadas a esses crimes.
Ao ler esta recolha, é fácil perceber como a corrupção dos poderes não é invenção de hoje, como o dinheiro sempre foi desviado do bem comum em muitas direcções e como o povo às vezes se esquece de que «é sereno» e se revolta para defender os seus direitos. 
O primeiro volume desta obra, Crime e Castigo no País dos Brandos Costumes, publicado em Abril de 2011, integra um conjunto de 30 narrativas que retratam crimes passionais, banditismo e associação criminosa, homicídios repugnantes, assaltos a igrejas e outros crimes religiosos (Inquisição), com o denominador comum da condenação à pena capital dos seus autores. 
O autor demonstra, uma vez mais, mas neste segundo volume com especial força em relação aos dias que vivemos em Portugal, que a História é um livro aberto para interpretarmos o presente e a memória é uma arma de consciência e de defesa inestimável para não cairmos nos mesmos erros vezes sem conta... 

Pedro Almeida Vieira nasceu em Coimbra em Novembro de 1969 e vive em Lisboa. Licenciado em Engenharia Biofísica pela Universidade de Évora, tem repartido a sua actividade pelo jornalismo, a escrita e a investigação académica. Foi jornalista da revista Grande Reportagem e do Expresso. 
No ensaio, publicou O Estrago da Nação (2003) e Portugal: O Vermelho e o Negro(2006). 
Na ficção, estreou-se com Nove Mil Passos (2004), a que se seguiu O Profeta do Castigo Divino (2005), A Mão Esquerda de Deus (2009, finalista do Prémio Literário Casino da Póvoa / Correntes d’Escritas) e Corja Maldita (2010). 
Em 2012 foi responsável pela redescoberta, fixação de texto e notas de O Estudante de Coimbra, o pioneiro romance moderno português, de Guilherme Centazzi. 
Criou e gere a biblioHistória, a primeira base de dados de literatura histórica.

Enio Squeff nasceu na cidade brasileira de Porto Alegre em 1943 e vive em São Paulo. Formou-se em Jornalismo na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e iniciou a sua vida profissional na revista Veja, passando depois pelo jornal O Estado de São Paulo, e Folha de São Paulo. Para além da pintura, ilustrou já cerca de uma centena de livros. Iniciou em 2010 uma colaboração com o escritor Pedro Almeida Vieira, tendo ilustrado uma reedição do romance O Profeta do Castigo Divino e os dois volumes de Crime e Castigo no País dos Brandos Costumes. 

A Boa Rapariga: Abby Abernathy não bebe, não pragueja e trabalha muito. Está enterrada no nefasto passado, mas, quando entra no colégio, os seus sonhos de um novo começo sofrem um desafio numa noite. 
O Mau Rapaz: Travis Maddox, sensual, atlético e coberto de tatuagens é exactamente o que Abby precisa – e quer – evitar. Ele passa as noites a ganhar dinheiro num clube de combate e os dias no colégio Lothario. 
Desastre Iminente?... Intrigado pela resistência de Abby ao seu charme, Travis entra na sua vida por uma aposta. Se perder, deverá viver em celibato durante um mês. Se Abby perder, terá de viver no apartamento de Travis por um período semelhante. 
…Ou o Princípio de Algo Maravilhoso? Travis não faz ideia de que encontrou uma parceira de jogo à altura. Ou será o princípio de uma relação obsessiva que irá conduzi-los a um território inimaginável…

Jamie McGuire autopublicou Um Desastre Maravilhoso, que conseguiu ser best-seller do New York Times e do USA Today. É também autora da série Providence. 
Licenciou-se no Northern Oklahoma College em Ciência Aplicada de Radiografia e vive com as duas filhas em Oklahoma. 
É escritora a tempo inteiro e trabalha actualmente em vários projectos.

Callie tem dezasseis anos e vive com Tyler, o irmão mais novo, e Michael, um amigo, nos escombros da cidade de Los Angeles. 
Quando as Guerras dos Esporos rebentaram, matando todos aqueles que tinham mais de vinte anos e menos de sessenta, Callie perdeu os pais. Como muitos outros Iniciantes, teve de aprender a sobreviver, ocupando prédios desabitados, roubando água e alimentos, fugindo aos Inspectores e combatendo os Renegados. 
Para tirar Tyler das ruas e garantir ao irmão uma vida melhor, Callie só vê uma solução: oferecer a sua juventude à Destinos Primordiais, uma empresa misteriosa que aluga corpos adolescentes aos velhos Terminantes — seniores, com centenas de anos, que querem ser jovens outra vez. 
A vida quase parece um conto de fadas, até Callie descobrir que a sua locatária não quer apenas divertir-se e que, no mundo perverso da Destinos Primordiais, a sobrevivência é apenas o começo. 

Lissa Price estudou fotografia e escrita, mas o mundo acabou por ser o seu maior professor. 
Andou com os elefantes no Botswana, nadou com os pinguins nos Galápagos, viu o pôr do Sol num campo com duzentos nómadas em Gurajat, na Índia. Foi cercada por centenas de búfalos-do-cabo na África do Sul e assistiu a um coro quase silencioso de uma centena de golfinhos selvagens na costa de Oahu. 
Dançou em cabanas de barro em casamentos na Índia e bebeu chá com a mais famosa personalidade viva no Kyoto. 
Quando se sentou para escrever, percebeu que a mais surpreendente viagem estava dentro da sua cabeça. 
Vive no sopé das colinas no Norte da Califórnia com o marido e os ocasionais veados. 


Daniel tem 13 anos e vai pela primeira vez à Índia com os pais e a irmã, visitar a avó. Mas, a meio da viagem, o comboio é atacado por rebeldes e Daniel dá por si sozinho, perdido no meio da selva indiana. 
A partir daqui, Daniel entra numa aventura que o leva a ele e a um grupo de jovens, que também foram recrutados para uma missão tão cheia de perigos como de maravilhas, a conhecer o mundo paralelo de Glyrmandia. 
Uma Criança, sábia e todo-poderosa, reina em Vissok Melleteton e precisa de segurança para poder crescer e manter assim o equilíbrio entre os mundos. Conseguirão Daniel e seus companheiros salvar Glyrmandia – e a si próprios – dos planos do infeliz e maléfico Raikzar?E conseguirão voltar para as suas famílias, ou mergulharão para sempre no negrume que ameaça a luminosa Glyrmandia?
Tudo depende deles, e terão de o fazer em conjunto!

Filha de músicos, Rebeca Amorim Csalog nasceu em 14 de Janeiro de 1996, em Lisboa, onde vive. Começou a estudar violino aos três anos. Aos seis, entrou no Conservatório, onde escolheu como instrumento principal a harpa, e o violino como instrumento secundário. Como harpista, ganhou já prémios internacionais e actuou com músicos conceituados. Frequenta também aulas de canto no Coro Especial do Conservatório e é membro do Coro Infantil da Universidade de Lisboa, com o qual já fez inúmeros concertos por todo o país e no estrangeiro. 
Gosta de ler, desenhar, andar a cavalo, estar com os amigos e escrever – herança do avô, famoso escritor húngaro, quem sabe? 

Novidade Porto Editora


Cathryn Deen vivia num mundo de sonho: actriz famosa, idolatrada, era considerada a mulher mais bela do planeta. A fama era tudo na sua vida. Mas após sofrer um trágico acidente de automóvel, que a deixa marcada para sempre, decide ocultar-se de tudo e todos.
Escondida na casa da sua avó materna nas montanhas da Carolina do Norte, Cathryn tenta ultrapassar os seus traumas com a ajuda da sua grande prima Delta, uma mulher roliça e bem-disposta, dona do café local. Considerada por todos a alma daquele vale, Delta alimenta com os seus cozinhados e biscoitos deliciosos o corpo e o espírito dos mais carentes.
Um dos seus protegidos é Thomas Mitternich, um famoso arquitecto, fugido de Nova Iorque, após os atentados às Torres Gémeas lhe terem roubado o que de mais valioso tinha na vida: a mulher e o filho. 
Atormentado pela culpa, Thomas acredita que nada nem ninguém lhe poderá devolver a razão de viver e, entregue ao álcool e ao desespero, espera um dia ganhar coragem para se juntar àqueles que mais amava.
O destino irá cruzar os caminhos de Cathryn e Thomas numa história magnífica de superação, ensinando-os a transformar as adversidades em oportunidades e a valorizar a beleza que existe em tudo o que os rodeia.

Deborah Smith é uma das autoras americanas mais lidas em todo o mundo: a sua obra já vendeu mais de três milhões de exemplares.Nomeada para diversos prémios importantes, como o RITA Award da Romance Writers of America e o Best Contemporary Fiction da Romance Reviews Today, foi distinguida com o Prémio de Carreira atribuído pela Romantic Times Magazine. No catálogo da Porto Editora figuram os seus romances A Doçura da Chuva e Segredos do Passado, que obtiveram assinalável êxito junto dos leitores portugueses.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Paisagens da Metrópole da Morte (Otto Dov Kulka)

Aos dez anos, Otto Dov Kulka e a mãe foram enviados para Auschwitz a partir do gueto de Theresienstadt. Aí, foram incluídos no chamado "campo das famílias", um sistema à parte dentro do sistema de Auschwitz. Sobrevivente ao campo e à marcha da morte, a experiência de Otto permaneceu parte essencial da sua memória, nos factos concretos e na presença em sonhos. É essa memória - essa fusão entre o que aconteceu, o que foi esquecido e o que nunca se pôde esquecer - a essência deste livro.
Relato de uma viagem à memória - e não às memórias - de uma infância vivida em Auschwitz, Paisagens da Metrópole da Morte é, ao mesmo tempo, testemunho de certas circunstâncias e análise de uma memória peculiar. Assim, enquanto relato de um sobrevivente, distancia-se de muitos outros, e o mesmo faz enquanto análise da memória e do imaginário. É diferente, porque não descreve o percurso do autor, ou pelo menos não o faz de forma linear, explorando antes os episódios que ficaram retidos na memória e perpetuados em sonho, e também pelo tom mais introspectivo, de consideração sobre o sucedido enquanto "paisagem" de uma perspectiva pessoal. E é diferente, também, porque a memória considerada - Auschwitz - surge como perene e inevitável, tornando mais precisas e mais intensas as considerações do autor sobre a sua história. 
Este registo muito próprio é parte do que torna a leitura tão marcante. Mas há mais. Há os factos em si, sempre impressionantes e perturbadores, e a forma como o autor os recorda, com a inevitável selectividade da memória, mas também com o impacto acrescido de se tratarem de memórias de infância. E há a análise particular que o autor construiu para a sua memória: todo o sistema da Metrópole da Morte, com a sua lei inevitável, confere às recordações uma perspectiva diferente, mais forte, mais impressionante.
Para além de tudo isto, há ainda dois aspectos importantes. Um deles diz respeito às várias imagens que acompanham o texto e que tornam o que é narrado mais próximo e mais real, reforçando um pouco mais o seu impacto. O outro é o estilo particular do autor na forma como escreve, com um tom que ora se distancia, colocando-se como o observador que contempla o passado, ora se aproxima, regressando ao tempo dos sonhos e das recordações. Introspectivo e pessoal, sem dúvida, mas também com um intenso contraste entre laivos de quase poesia e a clara dureza da exposição dos factos.
Este é, pois, um relato diferente de uma história que nunca será demasiado repetida. Impressionante pelos factos e pela forma como são contados, Paisagens da Metrópole da Morte visita memórias sombrias, num tom que se entranha também na memória de quem lê. E é essa evocação tão clara, tão própria, tão impressionante que faz com que o impacto seja tão forte. Sem dúvida que vale a pena ler este livro. Vale mesmo a pena.

Novidades Saída de Emergência para Maio


Num vasto deserto do Novo México esconde-se um enorme complexo dedicado à investigação científica: o Mount Dragon. É lá que se encontram Guy e Susana a trabalhar lado a lado com algumas das mais brilhantes mentes científicas do planeta. Liderados pelo génio visionário Brent Scopes, o objectivo secreto é alcançar uma descoberta médica que irá trazer inúmeros benefícios à raça humana.
Mas apesar de Scopes acreditar estar a desbravar o caminho para uma nova ordem mundial, Guy e Susana temem que a ambição dele abra as portas para a extinção da Humanidade. Quando o confrontam com essa possibilidade, tanto as suas carreiras como as suas vidas passam a correr perigo. E desencadeia-se uma corrida frenética para evitar um apocalipse libertado pela ciência…

George R. R. Martin, mundialmente famoso pela saga épica de A Guerra dos Tronos, alia-se a Lisa Tuttle na criação do mundo de Windhaven, um planeta que se tornou o refúgio dos humanos após um desastre espacial.
Constituído por pequenas ilhas, clima impiedoso e mares infestados de monstros, Windhaven é uma terra que tem tanto de sonho como de pesadelo.
Ao descobrirem neste novo planeta a habilidade de voar com asas de metal, os voadores de asas prateadas tornam-se a elite e levam a todo o lado notícias, canções e histórias. Atravessam oceanos, enfrentam as tempestades e são heróis lendários que enfrentam a morte a cada golpe traiçoeiro do vento.
Maris de Amberly, filha de um pescador, foi criada por um voador e nada mais deseja do que conquistar os céus de Windhaven. A sua ambição é tão forte que a jovem desafia a tradição para se juntar à elite. Mas cedo irá descobrir que nem todos os voadores estão dispostos a aceitá-la e terá de lutar e arriscar a vida pelo seu sonho. Conseguirá Maris vencer ou tornar-se-á uma testemunha do fim de Windhaven?
 Venha mergulhar neste mundo maravilhoso que George R. R Martin desenhou com a mestria e talento que fazem dele… o novo Tolkien.

Quando as regras da atração são quebradas ao primeiro toque…
 Lucien Lenault é um herdeiro autoexilado de uma família abastada. Decidido a triunfar sozinho, tornou-se um restauranteur famoso da elite gastronómica de Chicago. O primeiro olhar que lança à arrebatadora chef estagiária que contratou para o seu restaurante deixa-o chocado. Ela é Elise Martin, filha de um abastado estilista francês. Mas ela é também detentora de um segredo que poderá fazer explodir os seus planos cuidadosamente elaborados.
Famosa pelo seu flagrante exibicionismo e por insultar a respeitável fachada dos seus antecedentes aristocráticos, a veia selvagem da pequena coquine deixaria quase toda a gente chocada. Mas não Lucien. Para ele é uma tentação. Ela é uma catástrofe iminente, um inferno onde muitos amantes já arderam. Mas Lucien não é um homem qualquer e não se vai deixar manipular. Para controlar a desafiadora beleza de Elise — a fim de a ver submeter-se — ele terá de voluntariamente caminhar para as chamas…
Elise prova ser tão fogosa e sexualmente temível que Lucien se interroga se ela se poderá alguma vez submeter a ele. À medida que ambos se afundam numa perigosa dança sexual, Lucien interroga-se se estará a perder o rumo ou se ela se entregará a ele…

Os nossos heróis venceram uma batalha, mas não venceram a guerra pelo destino de Krynn. Os servos de Takhisis, a rainha dos Dragões, estão de volta e os povos de todas as nações precisam de lutar para salvar os seus lares e manter a própria liberdade. Mas há muito que as raças estão divididas pelo ódio e preconceito. Guerreiros elfos e cavaleiros humanos lutam entre si e a guerra parece estar perdida antes de começar.
Forçados a separarem-se pelos acontecimentos, passará ainda algum tempo antes que os nossos heróis se reencontrem. Perseguidos por estranhos sonhos e profecias sinistras, o grupo parte em busca das misteriosas e lendárias orbe e lança do dragão.
Conseguirão, juntos, fazer frente às trevas? E será possível para um cavaleiro caído em desgraça, enfrentar, à pálida luz do inverno, as forças de Takhisis?

O ANO NOVO APROXIMA-SE E LIZA, DULCIE E PRU JÁ TOMARAM AS SUAS RESOLUÇÕES. QUANDO SE ATINGE A CASA DOS TRINTA, ESTÁ NA HORA DE DAR UM NOVO RUMO À VIDA!

Liza quer casar-se. Não tem ninguém em mente, mas atrair homens interessantes nunca foi difícil para si. O problema é que não consegue manter-se interessada neles depois de os conquistar.
Dulcie acha que o casamento é uma chatice. O seu marido até é lindo, espirituoso e charmoso, mas Dulcie quer desesperadamente mais emoção na sua vida e está decidida a divorciar-se.
Pru tem tanta autoestima como uma esfregona de chão. Adora o marido aventureiro e não consegue imaginar a sua vida sem ele. Mas conseguirá manter o casamento?
Que planos matreiros e maliciosos tem o destino, para três amigas que acham que sabem o que querem?

domingo, 28 de abril de 2013

101 Lugares para ter Medo em Portugal (Vanessa Fidalgo)

De casas assombradas e lugares de estranhos cultos, a lendas de mouras encantadas e cenários de crimes horríveis, são de temas diversos as histórias destes 101 Lugares para ter Medo em Portugal. Histórias com origem perdida na noite dos tempos, ou relativamente recentes, todos estes casos têm algo em comum: por causas humanas ou sobrenaturais, inspiraram medo e fascínio a quem os ouviu contar. E, em muitos casos, continuam a fazê-lo.
Associadas a diferentes épocas e a diferentes causas, há, entre estas histórias, algumas mais completas que outras. Todas são apresentadas de forma relativamente sucinta, mas, de acordo com a informação existente para cada um dos lugares (e respectivos casos), acontece que, para algumas das histórias, ficam tantas questões como respostas. Isto não as torna fascinantes, deixando antes a curiosidade em saber mais.
Além desta apresentação bastante sintética, que apresenta o essencial sem que o relato se torne demasiado extenso, também a forma como o livro é organizado contribui para tornar a leitura cativante. Separados por temas, é possível estabelecer paralelismos e reconhecer diferenças entre as diferentes histórias, sobressaindo, por exemplo, o curioso pormenor de haver histórias similares, mas com um ou outro detalhe que as diferencia, em diferentes lugares. Sinal, talvez, da universalidade dos medos. Além disso, ao narrar mistérios lendários e sobrenaturais, realça-se também o impacto dos que não o são, sendo o capítulo dedicado aos crimes particularmente perturbador.
E se os elementos de mistério bastam para tornar a leitura interessante, importa ainda considerar as questões que surgem deste conjunto de histórias. Sobre a natureza do medo, a força da crença e, nos casos menos sobrenaturais, sobre o que poderia ter sido feito de diferente. Questões que ficam na memória, tanto como as particularidades mais bizarras de cada história.
Tudo isto contribui para fazer deste livro uma leitura cativante e interessante, tanto do ponto de vista das histórias que apresenta, como dos locais em que decorrem e da ideia geral de um imaginário global associado ao medo e à crença. Histórias arrepiantes, bizarras e peculiares, que, com os seus ambientes misteriosos e as inevitáveis questões que evocam, fazem deste livro uma leitura fascinante para os interessados pelo tema. Muito bom, portanto. Recomendo.

sábado, 27 de abril de 2013

A Linguagem é a Minha Pátria (Jorge Semprún)

Cinco entrevistas, em jeito de conversa entre amigos, percorrem os aspectos essenciais da vida de um homem que foi espanhol e francês, um pouco de ambos e, por vezes, nenhum, mas acima de tudo, ex-deportado de Buchenwald. Clandestino, escritor, argumentista e, durante um breve período, até ministro. Nestas entrevistas, vislumbra-se a vida do homem pelos seus próprios olhos, a sua história, a sua visão da obra que deixa e os valores e ideais em que acredita. E, em tudo isto, há muito em que pensar.
Ao partir para esta leitura, é preciso ter em conta que não se trata de uma biografia. Não propriamente. É possível reconhecer partes do percurso do autor nos temas abordados ao longo das suas conversas, mas não há propriamente uma linha temporal precisa e há acontecimentos e experiências referidas apenas de forma vaga. Não é possível, por isso, conhecer por completo, a partir deste livro, a história de Semprún, sendo mais importantes os seus pontos de vista e as experiências que definiram o seu percurso e a sua obra.
Considerando o livro pelo que é - um conjunto de entrevistas, e não uma biografia detalhada - é possível apreciar o muito de interessante que tem para apresentar. Desde logo, sobressai o tom pessoal, resultante do facto de as entrevistas serem realizadas por um amigo, mas com uma relativa ambiguidade, reservando elementos mais privados. Se, por um lado, este registo deixa por abordar algumas questões, por outro, permite conhecer as visões e ideais do autor pela sua própria voz. E há tanto de fascinante nas ideias desenvolvidas, sejam elas sobre a escrita, sobre a sociedade ou sobre a experiência do passado, que é impossível não ficar a pensar sobre as muitas questões abordadas.
Um outro aspecto que sobressai desta leitura é que, mesmo não conhecendo a obra de Jorge Semprún, é possível acompanhar a sua visão da escrita em geral, e da sua obra em particular. Fica, aliás, deste retrato pessoal do autor e do homem, a vontade em conhecer essa mesma obra, tão marcada - como o autor indica - pela sua própria vida. E é também isso que cativa neste livro: que o retrato do homem e do escritor seja tão interessante que, mesmo sem conhecer ainda a sua obra, haja tanto de admirável para descobrir nos seus pontos de vista.
Relativamente breve e construído num registo agradavelmente intimista, este conjunto de entrevistas pode não traçar o retrato global do entrevistado, mas mostra, sem dúvida, o essencial. E isso, aliado ao muito de importante que há no seu percurso e nas questões que sugere, é mais que suficiente para fazer com esta leitura valha a pena.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

História da Inquisição Portuguesa (Giuseppe Marcocci e José Pedro Paiva)

Da fundação à extinção e através da História, o tribunal do Santo Ofício foi um elemento de poder e uma sombra considerável durante os séculos da sua existência. Neste livro, os autores consideram os casos mais relevantes, os modos de actuação e os rituais do castigo, bem como as relações com a Coroa e a alteração de métodos e influência através do tempo, para apresentar uma história completa e esclarecedora do funcionamento da Inquisição no contexto da sua época. Uma história que, sem perder de vista as questões mais chocantes, vai além dos casos e das vítimas, para estudar todas as questões e circunstâncias, quer digam respeito a ideias e inimigos, quer às alterações de interesses e à sua manipulação a favor da Coroa ou do próprio Santo Ofício.
Extenso e muitíssimo detalhado, este é um livro que nunca será de leitura rápida. Os pormenores são inúmeros, tal como os nomes e datas importantes que são referidos ao longo do texto. Assim, são necessários tempo e atenção para assimilar todos os pequenos detalhes que contribuem para que o retrato global seja tão completo. Há muitíssimo a descobrir neste livro, quer a nível dos procedimentos, quer do próprio contexto da actuação da Inquisição e, para cada questão essencial, há um vasto conjunto de ramificações relevantes, cada uma delas associada a um novo conjunto de informação. É inevitável, por isso, que a visão global reflicta todas estas complexidades, e é exactamente isso que torna a leitura mais exigente.
Mas, se os muitos detalhes implicam uma necessidade de tempo e atenção, a forma como o livro é organizado, por fases temporais e, dentro destas, pelas questões mais relevantes, facilita bastante a assimilação do contexto global. A informação está bem organizada e é exposta com clareza, numa linguagem que, inevitavelmente, reflecte as complexidades do tema, mas que nunca se torna demasiado densa. Não é difícil, por isso, apesar da atenção necessária aos inevitáveis pormenores, acompanhar as linhas gerais dos acontecimentos, o que acaba por captar o interesse do leitor para os pequenos pormenores.
O que sobressai, portanto, deste livro resume-se, portanto, em dois aspectos essenciais: a capacidade de expôr um contexto em todas as complexidades, mas sem que a leitura se torne demasiado densa, e o equilíbrio entre os pormenores e o cenário global. Desta forma, é possível reter um retrato bastante completo das acções e influências da Inquisição através do tempo, reconhecer os detalhes de casos específicos e ficar com uma ideia clara quer dos pormenores, quer do contexto geral da época.
Não será, nunca, uma leitura leve. Nunca o poderia ser, com tantos pormenores a descobrir. Mas é, ainda assim, um trabalho completo e esclarecedor, bem organizado e muito interessante de acompanhar. Muito interessante e muito bom.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Vertigem de Paixão (Elizabeth Hoyt)

Jasper Renshaw, visconde Vale, acaba de ser abandonado pela noiva pela segunda vez, quando Melisande Fleming lhe faz uma proposta de casamento. Há anos que Melisande o observa, de longe, sem que ele alguma vez lhe tenha dirigido um olhar. Nem sequer se lembra do nome dela. Mas Melisande tem sentimentos fortes por ele e, ainda que saiba que nunca pode permitir revelar o seu amor, sob pena de voltar a sofrer, Melisande quer uma vida de casada e filhos. Precisamente o mesmo que Jasper procura. Mas o visconde Vale tem sombras pesadas no seu passado e um assunto inacabado: precisa de descobrir quem foi o traidor na origem do massacre de Spinner's Falls. A relação entre ambos - cada um com o seu segredo e as suas marcas do passado - pode revelar-se constrangedora. Ou talvez venha a ser uma surpresa...
Centrado, em grande parte, no romance entre os protagonistas e com todos os mal-entendidos e situações potencialmente constrangedoras que seriam de esperar, este não será, à partida, um livro particularmente surpreendente. Não é difícil adivinhar como terminarão as coisas para o casal e até quanto à questão da identidade do traidor - assunto que não é encerrado neste livro - há algumas pistas bastante fáceis de seguir. Ainda assim, esta relativa previsibilidade não retira envolvência ao enredo. E por várias razões.
A primeira, e talvez a mais importante das forças deste livro, é a construção de um conjunto de personagens carismáticas e interessantes. Com os dois protagonistas com passados algo atormentados, surge, desde logo, algo de empatia. E, à medida que as suas histórias são reveladas, até os seus comportamentos mais estranhos são justificados. Além disso, as suas personalidades parecem completar-se, com o orgulho de Melisande a encontrar a resposta perfeita no instinto protector de Jasper, e com as suas convicções mais vincadas a servir de base a bons momentos, quer de humor, quer de emoção. Além disso, apesar de tudo começar como um casamento de conveniência, a relação dos protagonistas, a nível de afectos, cresce de forma gradual, o que torna mais fácil acreditar nas suas circunstâncias, mesmo nos momentos mais improváveis.
Mas, se o romance é o centro desta história, não é o único elemento. Também a questão de Spinner's Falls tem uma presença importante no enredo e se há aspectos em que fica a sensação de que mais haveria a dizer, o que é revelado é, ainda assim, muito interessante. As recordações de Jasper do que sucedeu depois do massacre são, talvez, um dos momentos mais intensos da história e a sua busca está também na origem de alguns momentos particularmente marcantes, seja no aspecto emocional, seja em termos de acção (sobressaindo, naturalmente, neste aspecto, a fase final do livro).
E, a tudo isto, juntam-se pequenas coisas, desde o ocasional momento divertido protagonizado por Jasper, com a sua atitude aparentemente alegre, à discreta, mas curiosa, história entre os criados particulares de Melisande e Jasper. Todos os pequenos momentos contribuem para tornar a história cativante, desde uma simples situação caricata ao pequeno, mas delicioso, detalhe do conto de fadas que, em pequenos fragmentos, abre cada capítulo da história. 
O resultado de tudo isto é uma história que pode não ser surpreendente, mas que é, sem dúvida, cativante e interessante. Um romance entre personalidades que divergem em muito, mas que por isso mesmo se completam, e que, com um toque de mistério e um sentido de humor muito agradável, proporciona bons momentos de leitura. Vale a pena ler este Vertigem de Paixão.

Novidade Matéria-Prima


Margarida Vaz Mendonça descobre que o primeiro-ministro foi escolhido e preparado para o cargo pela Maçonaria. Confrontada com um relato detalhado sobre os bastidores dos partidos e da vida politica portuguesa, a jornalista tem acesso a informações que põem em causa a democracia.
O poder escondido da irmandade, a forma como actua nos meios de comunicação social e as ligações que fomenta entre Portugal e Angola, a América Latina e Timor-Leste tornam-se claras aos seus olhos. Numa vertigem de receios e sentimentos contraditórios, a jornalista decide partilhar com o mundo todos os segredos que lhe foram revelados… Mas a tarefa torna-se complicada. A teia do poder da Maçonaria é demasiado complexa. E atingir um inimigo invisível passa a ser mais difícil do que nunca.
Neste livro, o leitor é levado a entrar no perigoso mundo de influências que dominam grande parte das decisões políticas do país. Um jogo de máscaras e sombras que apenas a coragem poderá destruir.

Rute Pinheiro Coelho, advogada, licenciou-se em Direito na Faculdade de Lisboa. Apesar da advocacia, sempre se dedicou à escrita. Publicou os seus primeiros artigos no suplemento semanal do Diário de Notícias, DNJovem, e ganhou vários prémios literários juvenis. O tema da Maçonaria foi algo que desde cedo a interessou e ao qual tem vindo a dedicar muita atenção, não só pelo simbolismo latente, mas pela sua influência nos partidos e na vida política. O Inimigo Invisível é o seu primeiro romance.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

A Caminhada (Nelson Teixeira)

Primeiro, sonhou com um tesouro. Depois, um sismo fez com que ficasse preso nos destroços de uma torre em ruínas. Por fim, foi visitado por um estranho, que lhe disse que o seu tesouro existia e que partiria para o procurar. Bastariam estes acontecimentos para que Ismael, o pastor, tivesse uma boa história para contar. Mas foram apenas o princípio. É que, assustado e inseguro, Ismael cometeu o erro de falar dos seus sonhos e do estranho homem das ruínas, e os tempos não se compadecem dos que se julgam em contacto com o mundo espiritual. Agora, Ismael está em fuga e o seu caminho está repleto de fenómenos inexplicáveis. Um estranho oferece-lhe um amuleto, que afinal parece conter uma maldição. E o destino toma conta dos seus passos, à medida que novas situações o levam para mais longe da vida que conhecia... e para mais perto do tesouro.
Há dois aspectos essenciais a considerar neste livro: a história e a escrita. E é importante separar estes dois aspectos, porque o que um tem de forças o outro tem de fragilidades, o que faz com que a leitura, não sendo totalmente desagradável, deixe, ainda assim, sentimentos contraditórios. É que há momentos realmente bons, e bastante potencial, nalgumas situações, mas também as fraquezas são evidentes.
Mas comecemos pela história. Centrada principalmente num protagonista, Ismael, o enredo deste livro define-se basicamente pelas suas aventuras. E o que acontece é que estas aventuras têm de tudo, desde naufrágios a batalhas com indígenas, maldições e mouras encantadas, aparições inexplicáveis e viagens no tempo. Em tudo isto há potencial e a história torna-se mais interessante pelo facto de cada peripécia fazer com que Ismael cresça um pouco. O jovem pastor dos primeiros capítulos é muito diferente do Ismael que surge no final, e o seu crescimento, de aventura e de aventura, torna-se ainda mais claro pela forma como cativa os seus companheiros.
Também bastante interessante na construção da história é o conjunto de situações algo caricatas, e, num ou outro momento, enternecedoras, que vão surgindo por entre a acção principal. Algumas das conversas de Ismael com os companheiros de viagem são realmente deliciosas, acrescentando ao enredo um muito agradável toque de leveza.
O grande problema está na escrita. Erros ortográficos, frases com palavras em falta e falhas de pontuação são apenas alguns dos problemas que saltam à vista e que surgem com bastante frequência. Juntando a isto a sensação de que algumas descrições são feitas de modo algo errática - sendo, por vezes, difícil identificar a que personagem se refere - é inevitável que tudo isto prejudique a leitura. É pena, porque uma revisão atenta teria feito maravilhas na resolução da maioria destes problemas.
E é por isso que ficam desta leitura sentimentos contraditórios, porque a história é, de facto, muito interessante, com os seus personagens peculiares e as muitas aventuras que protagonizam. Faltou um pouco mais de atenção ao texto, de modo a corrigir os erros que quebram a envolvência do enredo.

Novidade Guerra e Paz


Criadas estranguláveis e bons malandros, cabeleireiras ambiciosas e escritores inseguros, heterónimos ressuscitados e professores suspeitos, polícias cansados e almocreves incansáveis, mulheres-anjo e mulheres-demónio, marialvas e tímidos, ex-seminaristas e assassinos profissionais, emigrantes e retornados, padres e ministras, heróis e vilões.
Ao longo de mais de um século e meio, os melhores autores portugueses contribuíram para a riqueza e diversidade desta galeria onde não raras vezes o leitor encontrará o reflexo dos seus vizinhos e familiares, dos seus amigos e colegas de trabalho e onde não se deverá espantar por encontrar o seu próprio reflexo. Porque estas figuras compostas de papel, tinta e palavras são, afinal, pessoas como nós.

Pela primeira vez, cinquenta das melhores e mais representativas personagens da Literatura Portuguesa dos últimos dois séculos são apresentadas num único livro. Os textos escritos por Bruno Vieira Amaral são um convite à leitura dos romances, o habitat natural de cada uma das personagens, mas também um extraordinário retrato da história e evolução de um país, Portugal.

Bruno Vieira Amaral nasceu em 1978. Licenciado em História Moderna e Contemporânea, no ISCTE, trabalhou como segurança, operador de telemarketing e foi gerente de cinemas, de um posto de combustível e de um bar, sendo esta a sua formação literária. Em 2002, uma temerária incursão pela poesia valeu-lhe ser seleccionado para a Mostra Nacional de Jovens Criadores. Colaborou no DN Jovem, revista Atlântico e jornal i. Escreve actualmente na revista Ler. Amaral não é o seu apelido, mas contar a história seria penoso.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Menina de Ouro (Chris Cleave)

Zoe e Kate sempre orientaram os seus percursos num mesmo sentido: ganhar a medalha de ouro nuns Jogos Olímpicos. Mas a vida meteu-se no caminho. E, enquanto Zoe aplicou todos os seus esforços na conquista da vitória, independentemente do que tivesse de fazer ou de quem tivesse de destruir para a alcançar, Kate teve de escolher entre as medalhas e as outras coisas da vida. Rivais, a princípio, e depois ligadas por uma estranha amizade, Zoe e Kate sempre competiram movidas por ambições diferentes. Mas, agora, as Olimpíadas de Londres aproximam-se e ambas sabem que serão a última oportunidade de vencer. Zoe coloca toda a sua energia na preparação para a vitória, mas Kate tem outra batalha a travar. Sophie, a filha, tem uma leucemia e, mais uma vez, é possível que Kate se encontre perante uma escolha difícil...
Há tanto de impressionante neste livro que é difícil escolher por onde começar. Desde a história às personagens, passando pelo estilo de escrita, tudo é construído de modo a criar o máximo impacto emocional no leitor. E o impacto é fortíssimo. Desde as primeiras páginas e até aos momentos finais, o autor consegue despertar sorrisos, inspirar uma certa revolta ante certas escolhas, deixar o leitor a torcer por uma ou outra personagem e, algumas vezes, partir-lhe o coração com a intensidade de alguns momentos e circunstâncias. Mas vamos por partes.
No centro desta história, estão três ciclistas de topo e uma criança, todos eles altamente relevantes para a história. Mas as figuras centrais, por ser entre elas que existe uma verdadeira rivalidade, são Zoe e Kate. Aqui começa a magia, na caracterização das personagens. Estas duas mulheres não poderiam ser mais diferentes, Zoe com a sua necessidade de vencer para fugir ao passado e os gestos impulsivos dos quais sempre se arrepende, e Kate, mais ponderada, mais altruísta, mas a travar a mais terrível batalha da sua vida e, por isso, mais vulnerável. O contraste entre ambas é, desde logo, parte do que confere intensidade à narrativa, já que a forma como a relação entre ambas evolui desperta sentimentos tão fortes - e, por vezes, contraditórios - que é difícil evitar que as suas histórias fiquem na memória. E, além das duas amigas, há Jack, motivo de uma rivalidade diferente, com a sua personalidade peculiar a acrescentar ao enredo um toque de humor e ternura, e Sophie, a frágil e doente Sophie, que acaba por ser quem mais comove em toda a história, e tanto pelo que representa para as restantes personagens como pelas suas próprias acções.
A esta sólida e muito marcante caracterização das personagens junta-se um contexto meticulosamente construído de forma a dar sentido até ao mais simples dos acontecimentos. As agruras do mundo do ciclismo profissional, conjugadas com os meandros da luta de Sophie contra a doença, as questões publicitárias e a influência dos meios de comunicação na vida privada (principalmente na história de Zoe), levantam toda uma série de questões relevantes, realçando a verdadeira dificuldade das circunstâncias das personagens. E, por outro lado, há um elemento de leveza, com o fascínio de Sophie pela Guerra das Estrelas a servir de base a vários momentos verdadeiramente enternecedores.
Tudo isto é explorado de forma magistral. As palavras fluem com naturalidade, leves nos momentos divertidos, profundas nas situações mais sombrias, belas ao longo de todo o livro. A história é intensa, as personagens são fortes e há muito de importante em que reflectir. Mas é a harmonia das palavras que apresentam tudo isto que torna perfeita a união entre todos estes elementos. É o equilíbrio perfeito entre as palavras e acção que faz com que esta história se entranhe tão profundamente no coração de quem lê.
Uma história de força e de sacrifício, de afecto e de rivalidades. Assim é este Menina de Ouro. E uma história tão intensa e tão maravilhosamente contada que há emoção e magia até nos momentos mais simples. É isso que faz com que este livro fique na memória. É isso que o torna tão impressionante.

Novidade Guerra e Paz


A misteriosa morte de um taxista conduz os investigadores Cruz e Miranda a duas moradas.
Diogo, o morto, deixou duas viúvas, duas casas iguais, uma vida dupla.
Marta e Cristina são as mulheres que se vêem confrontadas com a cruel verdade: o homem que amam morreu e enganou-as uma vida inteira. Mas a alma de Diogo teima em não sossegar. Numa veloz corrida contra o tempo, Diogo tenta corrigir depois de morto o que não conseguiu em vida. E Cruz, o investigador que dá a notícia às duas mulheres, vive também um dilema semelhante, vendo na história do morto o espelho daquele que pode vir a ser o seu amargo destino.
Juntas no luto e no amor pelo mesmo homem, Marta e Cristina lutam contra a raiva e a decepção. E Cruz, o homem que as junta, tenta avançar na encruzilhada entre a paixão e a razão. Todos, de corpo e alma, alimentam uma única esperança: deixar viver nos seus corações re-partidos o mais precioso dom da vida, o amor.

Ana Paula Almeida formou-se em Línguas e Literaturas Modernas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e foi professora do ensino secundário. Iniciou a carreira de jornalista aos 18 anos, no Diário de Notícias, tendo posteriormente trabalhado nos jornais O Jornal, Sete, Jornal de Letras, Jornal de Notícias, Correio da Manhã e A Capital, onde escreveu sobretudo sobre espectáculos e literatura. Colaborou também em diversas revistas, tais como Activa, Cosmopolitan, Egoísta, Volta ao Mundo, Maxim e Exame, entre outras. Foi, durante quatro anos, assessora de imprensa do Casino Estoril.
Nos quadros da SIC desde o início, trabalhou nos programas Segredos, Praça Pública e Casos de Polícia, tendo depois integrado as equipas de informação diária. Actualmente faz parte da equipa dos jornais de fim-de-semana, onde acompanha temas nas áreas de sociedade e cultura. Corações Re-partidos é o seu quarto livro.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

O Mistério do Lago (Arnaldur Indridason)

Quando um esqueleto é encontrado no lago Kleifarvatn, na sequência de uma súbita descida do nível das águas, o mistério torna-se o principal tema de conversa. Mas tudo indica que a ossada esteja naquele lugar há décadas. O caso é intrigante, ainda assim. Há um buraco no crânio, aparentemente causado por uma pancada, e o corpo está amarrado ao que parece ser um aparelho russo. Inevitavelmente, a palavra espionagem vem ao pensamento. O problema é que encontrar pistas para um crime cometido décadas antes não é propriamente fácil. O inspector Erlendur e os seus colegas de trabalho terão de bater a muitas portas à procura de uma possível solução. E é possível que as respostas acabem por surgir de onde menos se espera...
Apesar de começar como um crime para resolver, há neste livro bastante mais que apenas um caso e a sua investigação. Desde logo, todas as questões em torno da Guerra Fria e dos métodos de espionagem e, principalmente, do sistema repressivo na Alemanha de Leste são aspectos que sobressaem, quer pelo retrato algo perturbador que apresentam para uma certa forma de pensamento, quer pelas situações tensas - e, por vezes, fortíssimas do ponto de vista emocional - que originam. A história de Tómas é impressionante em muitos aspectos, desde a sua mudança de percepção relativamente ao sistema à ligação com Ilona, passando pela forma como o sucedido permaneceu presente apesar da passagem do tempo. Toda esta história, que vai surgindo gradualmente ao mesmo tempo que a investigação de Erlendur evolui, acrescenta ao mistério uma nova perspectiva, tornando a história mais complexa e, ao mesmo tempo, mais cativante.
Também como complemento à história principal surgem as circunstâncias da vida pessoal dos protagonistas. Há outros livros envolvendo estas personagens, pelo que há várias questões que ficam sem resposta, mas todos os pequenos desenvolvimentos, desde a relação de Erlendur com os filhos, ao livro de culinária de Elínborg e às esperanças familiares de Sigurdur Óli, servem de aproximação ás personagens, tornando-as mais humanas e empáticas, e adicionando ainda um pouco mais de complexidade (e algum mistério) à história.
Quanto ao mistério propriamente dito, surpreende principalmente por alguns passos da investigação, por uma certa medida de instinto e pela forma como pontos aparentemente pouco relevantes acabam por desempenhar um papel essencial. Parte da questão fulcral - quem é o culpado - é desvendada bastante cedo, o que não retira interesse ao enredo, já que o leitor pode saber parte das respostas, mas os protagonistas não sabem. Além disso, ao acrescentar uma segunda pergunta - quem é a vítima - o autor torna o rumo da história um pouco mais intrigante, fluindo a um ritmo que, apesar de relativamente pausado, mantém viva a curiosidade em saber mais.
Partindo de um caso intrigante, mas sem se limitar a ele, O Mistério do Lago é, portanto, um livro que, apesar de centrado num crime, explora muitos aspectos para além da descoberta do culpado. E é esta conjugação de elementos tão distintos, desde o mistério do esqueleto no lago à repressão na Alemanha de Leste, passando pelas pequenas comoções e tragédias de algumas histórias individuais, que torna a leitura tão interessante. Este equilíbrio de tudo nas medidas certas, num livro que, sem ser de leitura compulsiva, continua a ser, ainda assim, muito bom.

Convite


domingo, 21 de abril de 2013

Três Rios Abraçam o Coração (Manuela Morais)

Breve, mas num registo bastante poético e um pouco pessoal, Três Rios Abraçam o Coração apresenta um conjunto de evocações a três personalidade culturais. Não são propriamente textos biográficos, apesar de um deles referir consideráveis elementos da biografia do escritor, mas antes perspectivas pessoais sobre a obra dessas personalidades - e, em certa medida, as suas histórias. São textos relativamente sucintos, e com bastantes diferenças entre si (o último é, aliás, uma entrevista), mas que têm em comum essa visão bastante pessoal, mas muito clara, das personalidades e das suas respectivas obras.
É precisamente este registo pessoal o mais interessante deste pequeno livro. É possível ver a admiração da autora por aqueles de quem fala e o tom algo poético, algo introspectivo, que se insinua por entre os factos e as reflexões, torna os textos cativantes e interessantes. Mais uma vez, não são propriamente textos completos, do ponto de vista de uma procura de conhecimento sobre as figuras referidas, mas antes evocações. E, nesse sentido, são textos cativantes, quer pela expressividade da escrita, quer por um toque de emoção que transparece das palavras.
Curto e composto por textos relativamente sucintos, este é, portanto, um livro bastante simples. Mas, e sempre tendo em conta que os textos não são biografias, mas evocações, a impressão que fica deste livro é a de uma expressão de admiração, num registo bastante poético e com um toque de emoção que o torna cativante. Uma leitura interessante, portanto.

sábado, 20 de abril de 2013

A Educação do Estóico (Barão de Teive)

Homem lúcido e sempre racional, o Barão de Teive - mais um dos semi-heterónimos de Fernando Pessoa - escreve sobre as suas razões para a incapacidade de terminar uma obra e aponta as suas últimas reflexões, antes de pôr fim à vida. Em fragmentos, claro. Fragmentos que reflectem a sua incapacidade de superar os excessos de racionalidade, de se reconhecer em sentimentos e que, por isso (ou tudo assim indica) se descobre incapaz de se realizar, quer numa possível relação, quer numa criação completa e satisfatória. A Educação do Estóico apresenta esse quase testamento de reflexões fragmentadas sobre a arte inacabada.
Semi-heterónimo, porque não é difícil reconhecer nele partes da personalidade do "verdadeiro" Pessoa, o Barão de Teive é, ainda assim, uma figura com identidade própria. Isso é facilmente identificável neste conjunto de fragmentos, seja na história que é atribuída à sua linhagem, seja a acontecimentos como a operação a que foi submetido ou às suas proclamadas acções antes da morte.  Ainda assim, os paralelismos com outras ideias de Pessoa ou de outros heterónimos são evidentes, o mesmo acontecendo com os rasgos de genialidade, comuns às diferentes identidades.
Este manuscrito de Teive é essencialmente uma reflexão sobre si mesmo e sobre os elementos que definem a sua identidade. Assim, é interessante reconhecer traços de uma história - a do próprio Barão, claro - por entre os pensamentos sobre a vida, a arte e a capacidade de criar ou a falta dessa capacidade. Nas suas reflexões, o Barão surge como uma personagem na sua própria história, uma história que se funde com inúmeros fragmentos de pensamento, mas que se vislumbra, ainda assim, a dar algo de real a essa forma de pensar.
Basta toda esta questão de identidades para tornar este livro interessante. Mas, além das considerações sobre autor imaginado e autor real, há ainda as reflexões em si. E no pensamento de Teive há inúmeras questões interessantes, todas elas abordadas numa perspectiva que é muito pessoal, mas que - seguindo as bases da caracterização do seu autor - é, também, sempre racional. Há muito para reflectir nestes fragmentos de análise sobre a vida e a arte, e estas questões são potenciadas pela genialidade das palavras. São várias as frases que ficam na memória - e o mesmo acontece com as questões que evocam.
Trata-se, assim, de um livro que, apesar de relativamente breve, apresenta inúmeras questões relevantes a considerar. E fá-lo pela voz de uma figura tão complexa como os aspectos que considera, e numa forma de escrita igualmente fascinante. Vale a pena ler este pequeno livro, portanto. Muito bom.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

A Saga da Humanoinsurreição (Lúcia Vaz Gomes)

Aconteceu de repente. Ainda os humanos mal tinham tido tempo de olhar para o céu, e já os invasores tomavam posse do planeta, capturando escravos para trabalhos forçados e cobaias para as suas experiências. Lucy foi uma delas. Agora, levada para uma das naves, para servir os seus captores até chegar a sua vez de ser submetida à experiência, Lucy procura uma forma de sobreviver, mesmo enquanto muitos parecer aceitar com resignação as circunstâncias. E ela ainda não sabe, mas Lucy tem algo de especial. Com alguma ajuda inesperada, um toque de sorte e bastante persistência, Lucy poderá, talvez, descobrir uma forma de lutar pela vida e até pela sobrevivência da humanidade. Mas sair dali é apenas o início. Há muito por compreender e muitas mudanças a suceder em seu redor. A luta espera-a... mas também são precisas algumas respostas.
Apesar de a ideia de uma invasão do planeta por seres alienígenas não ser propriamente algo de inexplorado, há, neste livro, umas quantas boas ideias. Há, nos diferentes tipos de seres, um conjunto de traços peculiares que os tornam interessantes, com especial destaque para certos elementos de um tipo de árvore muito particular. Além disso, também na tecnologia (ou em alguma dela) há aspectos curiosos, ainda que nem todos sejam completamente explicados.
Talvez por a história ser narrada na primeira pessoa, fica, por vezes, a sensação de uma percepção algo limitada do sistema. Todas as descrições, sejam de acontecimentos, de mecanismos ou de criaturas, se resumem àquilo que Lucy conhece e entende. E se, por um lado, este tipo de narração torna a história mais pessoal, centrando-se nas acções e percepções da protagonista, fica, ainda assim, a impressão de que mais poderia ser dito - sobre a tecnologia, sobre os diferentes seres, sobre o que está a acontecer noutras zonas do planeta - se a narração fosse feita na terceira pessoa, abrangendo diferentes personagens. Por outro lado, e sendo Lucy humana (ou, pelo menos, maioritariamente humana), há ocasiões em que ela parece saber demais, adaptando-se com demasiada facilidade a novos elementos e sendo, por vezes, capaz de os explicar ao pormenor.
Mas as principais fragilidades são outras. A primeira é o ritmo algo apressado. Há muito a acontecer, com Lucy e com o mundo em volta, e, nesses acontecimentos, muito potencial para grandes momentos de acção. Ainda assim, estes episódios são narrados de forma muito breve, sem quaisquer pormenores. Por exemplo, o que acontece nas tais experiências realizadas pelos invasores, nunca é devidamente explicado. Esta exposição algo apressada dos acontecimentos retira intensidade ao que está a ser narrado e, ao mesmo tempo, cria distância, já que tudo sucede demasiado depressa para permitir empatia ou preocupação por parte de quem acompanha a história.
O outro ponto fraco é algum descuido na revisão. Além de algumas falhas de concordância, gralhas e  frases com palavras em falta, há erros ortográficos recorrentes, que, não sendo muito frequentes, são bastante óbvios, o que, inevitavelmente, quebra o ritmo da leitura.
A impressão que fica é, portanto, a de uma história com algum potencial, várias ideias interessantes e um sistema com alguns traços cativantes, apesar de explorado de forma algo confusa. Falta-lhe, ainda assim, um desenvolvimento mais equilibrado dos elementos que a constituem e que, explorados de uma forma mais clara e mais detalhada, podiam ter realçado os tais pontos positivos e feito deste livro uma história bastante mais interessante.

Novidade Porto Editora


O inspector Héctor Salgado está afastado do serviço há semanas quando lhe atribuem, extraoficialmente, um caso delicado – o aparente suicídio de um jovem de boas famílias. À medida que Salgado penetra num mundo de privilégios e de abusos de poder, o caso, aparentemente simples, complica-se de forma inesperada, e o inspector terá de enfrentar não só esse mundo mas também o seu passado mais obscuro, que, no pior momento, volta para ajustar contas.
Os sonhos, o trabalho, a família, a justiça e os ideais têm um preço muito alto… mas há sempre quem esteja disposto a pagá-lo.

Antonio Hill (Barcelona, 1966) é licenciado em Psicologia e há mais de dez anos que se dedica à tradução literária e à colaboração editorial em diversas áreas. Entre os autores que já traduziu encontram-se David Sedaris, Jonathan Safran Foer, Glenway Wescott, Rosie Alison, Peter May, Rabbih Alameddine e A. L. Kennedy. O Verão Dos Brinquedos Mortos é o seu primeiro romance, e os respectivos direitos foram já vendidos para 11 países.

Novidades Planeta


Uma rara beleza nasceu no coração exótico do Oriente misterioso na forma de uma mulher. Mari Sinclair sabe que chegou o momento de pôr um fim na sua carreira como espia inglesa quando consegue evitar um encontro com a morte. 
Infelizmente, há os que pensam de outra forma e que não têm escrúpulos em usar a chantagem para manter Mari em missão. 
Para garantir que ela completa e sobrevive a uma última missão, é destacado um guardião, o major Bennet Prestwood. Mas Mari está furiosa, pois, além de ter este homem à força na sua vida, ele é demasiado dedicado, inflexível, e muitíssimo atraente. 
Face aos segredos negros e traições mortais, o verdadeiro perigo para Mari é aos poucos revelado e o leal Bennet percebe que, para salvar e conquistar esta mulher extraordinária, terá de fazer o impensável e quebrar as regras, que a paixão e o desejo de repente mudam irrevogavelmente. 

Anna Randol vive e escreve na soalheira Califórnia do Sul. Quando não está a imaginar histórias de amor sensuais, normalmente come chocolate, dá festa loucas com os filhos na sala ou remodela a casa. 

Inglaterra, 1554. No rescaldo da fracassada Revolta de Wyatt, uma rainha Maria vingativa manda capturar e executar todos os conspiradores.  Entre os detidos encontra-se a irmã, Isabel, de vinte e um anos. Isabel declara-se inocente, atitude que intensifica ainda mais a raiva de Maria. 
 Isabel anseia por recuperar a liberdade – e conquistar a coroa da irmã. Em Honor e Richard Thornleigh e no filho de ambos, Adam, a jovem princesa encontra aliados leais. 
 Revoltada com a intenção proclamada por Maria de queimar todos os hereges, Honor visita Isabel, presa na Torre, e as duas mulheres tornam-se amigas. E quando Adam desmascara um potencial assassino, a gratidão de Isabel transforma-se numa atracção forte e mútua. 
 Mas embora Honor esteja disposta a pôr em risco a sua segurança pela futura rainha, a participação numa nova revolta contra a impiedosa Maria obriga-a a fazer uma escolha impossível… 

Barbara Kyle foi actriz de sucesso e teve uma brilhante carreira na televisão. Como sempre gostou de escrever, e de História, nomeadamente da época dos Tudor, dedicou-se a uma investigação profunda e escreveu A Aia da Rainha, o seu primeiro romance, que recebeu as melhores críticas e esteve várias semanas no top de vendas. 
Vive em Ontário com o marido, onde escreve e ensina escrita criativa.


Este é o livro sobre a Verdadeira-Mãe-à-Portuguesa, que é uma variante muito nossa da Mãe Universal: todas as mães do mundo parecem copiadas a papel químico. 
Se consultarmos um dicionário chinês de ditos das mães encontraremos, de certeza, muitos que parecem retirados a papel químico dos das nossas: o Rio das Pérolas Maternas passa por todos os continentes e desagua num oceano nem sempre pacífico, como se descobrirá ao ler este livro. Um oceano em que todos, mas todos, molhamos os pezinhos, ao longo de gerações e gerações. 
Boa disposição garantida num livro recheado de divertidas ilustrações, que todos os filhos quererão ler e todas as mães podem ler sem motivar ameaças como a de que «vai haver cachapim com couve!».

Ana Saragoça, filha dos anos sessenta, de um pai terno e de uma mãe extremosa que não deixa os créditos por mãos alheias, cresceu, tal como a irmã, limpinha e asseada, bem-educada, bem alimentada e agasalhada e bem comportada, apesar de um forte pendor para a irreverência que se lhe adivinha desde as primeiras linhas deste livro e se aposta que existe naquela cabeça desde os primeiros anos de vida. 
Terá, pois, dado à mãe fortes razões para coleccionar «pérolas» suficientes para um colar com várias voltas e, agora, passa a herança à filha pré-adolescente e ao filho, já adolescente, com quem vive, em Lisboa. Embora por vezes tenha melhores resultados (como todas as mães sabem) a falar para as paredes, ou para os cinco gatos que completam o agregado familiar... 
Para além do currículo materno-filial, é actriz, tradutora e escritora, tendo publicado, em 2012, um dos mais interessantes romances do ano literário: Todos os Dias São Meus. 
É também dramaturga, com duas peças levadas à cena recentemente, e colaboradora de várias revistas, e nomeadamente de uma que se chama Papel mas só existe online (o que pensará disto a mãe dela?) 

Marta Carreté nasceu em Barcelona, em 1973. É ilustradora e pintura. Colabora habitualmente com revistas, agências de publicidade e produtoras de audiovisuais. 
O sentido de humor e a pesquisa de uma linha simples, mas graficamente conceptual, caracterizam o seu trabalho.  Era ainda criança quando sentiu dentro de si qualquer coisa a agitar-se. Como uma daquelas bolas de vidro que contém um souvenire quando se agitam provocam uma tempestade de neve, sabem? 
Então teve a certeza do que queria ser quando fosse grande e, de então para cá, tem o privilégio de se dedicar àquilo que a faz vibrar mais intensamente: criar. 



Quando Harry Styles fez a audição para o X Factor, não suspeitava que em breve deixaria a escola, o seu emprego de sábado na padaria, e uma vida obscura e normal. 
Os One Direction chegaram à final e ganharam um contrato de gravação, e não demorou muito para que a cara de Harry forrasse as paredes dos quartos de todo o país. 
Como lida Harry com a recém-descoberta fama? E o que acontece quando «toma» de assalto os Estados Unidos? Com lindos olhos verdes e caracóis, que enlouquecem as raparigas, Harry viu-se cercado de belas mulheres. 
Mas qual a verdade por detrás dos rumores? 
As relações com Caroline Flack, Emily Atack, Taylor Swift e a comprometida Lucy Horobin são postas a nu. 
E o que mais para Harry e os One Direction? 
Este livro revela tudo sobre Harry e os rapazes que nasceram para conquistar o mundo.

Alice Montgomery é uma autora freelance, que vive e trabalha em Londres. 
Já escreveu várias biografias best-sellers, como Susan Boyle: Dreams Can Come True e Katy Perry. 

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Dalila (Eleanor de Jong)

Dalila tem sangue israelita, mas o segundo casamento da mãe fez com que fosse criada como uma filha numa família de filisteus. As suas origens criaram algum desconforto na família de que passou a fazer parte e essa estranheza manteve-se com o passar dos anos. Com a irmã adoptiva está prestes a casar com um israelita, é possível que o conflito entre os dois povos possa começar a resolver-se. Ou assim pensa o pai adoptivo de Dalila. Mas os acontecimentos não tardam a fugir ao rumo desejado. Insatisfeito com o dote, Sansão destrói as esperanças de conciliação através daquele casamentos. E, à medida que o tempo passa, as divisões entre os dois povos tornam-se cada vez mais evidentes. As terras agora ocupadas pelos filisteus foram roubadas aos israelitas. E Sansão parece estar determinado a unir o seu povo, para que possam, enfim, reclamar o que lhes pertence. Mas a jovem e bela Dalila chamou a atenção do poderoso homem. E também entre o povo que acolheu há aqueles que, donos do poder, não hesitarão em usá-la para os fins que pretendem...
Partindo da história de Sansão e Dalila, uma premissa bastante conhecida, este livro é, essencialmente, uma reconstrução dessa mesma história, reflectindo os seus pontos essenciais, ao mesmo tempo que os coloca sob uma perspectiva diferente. Sansão é o homem forte e poderoso, admirado pelos seus e temido pelos inimigos, e é também um homem determinado a lutar pelo seu povo. Também o voto de nunca cortar o cabelo faz parte da sua história. Dalila, por outro lado, tem os momentos de traição que lhe são associados na narrativa bíblica e a expectável beleza sedutora. Ambos são, ainda assim, muito mais que apenas essas características. A história que a autora constrói para Dalila, as justificações para a maioria das suas acções, fazem da sua protagonista uma figura bastante mais complexa e mais humana. E o mesmo acontece com Sansão, bem longe de ser apenas o instrumento da ira divina. 
Há, portanto, bastante de humano nos protagonistas e o mesmo acontece com aqueles que o rodeiam. Figuras desprezíveis, mas com motivações que os tornam no que são, e, por outro lado, indivíduos capazes de transformar as suas paixões em actos de bondade, vão surgindo ao longo do enredo, revelando personagens que são, no seu essencial, humanas. E isto aplica-se mesmo às mais cruéis, já que, por entre esses traços de crueldade, é possível ver sinais do que os fez assim (e isto envolve vontades por realizar, mas também questões de simples ambição). Destas personagens vulneráveis, admiráveis ou desprezíveis, dependendo da figura e do momento, resulta um interessante equilíbrio emocional, capaz de despertar sentimentos fortes - e nem sempre de empatia - no leitor. Isto intensifica os momentos mais dramáticos, realça os sentimentos das próprias personagens e dá mais vida à história, contribuindo, assim, para que a leitura nunca perca a envolvência.
Ficam algumas perguntas sem resposta, principalmente na fase inicial. Se as motivações de Sansão e Dalila se tornam mais claras com a evolução do enredo, há, ainda assim, escolhas que ficam por explicar, e isto aplica-se aos dois protagonistas. Disto resulta que, apesar da forte empatia que se cria após a evolução da ligação entre ambos, fica sempre alguma estranheza quanto àquilo que a levou a começar. Não são questões essenciais à compreensão do enredo e, superada esta estranheza, a história flui com naturalidade. Fica, ainda assim, a impressão de que esses momentos poderiam ter sido um pouco mais desenvolvidos.
Trata-se, por isso, de um livro que, apesar de ter como ponto de partida uma história muito conhecida, consegue conferir-lhe uma nova perspectiva, numa narrativa cativante, com personagens bem construídas e momentos de grande impacto emocional. Uma boa leitura, portanto. Gostei.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Private: Agência Internacional de Investigação (James Patterson e Maxine Paetro)

Pouco antes de morrer na prisão, o pai de Jack Morgan deixou-lhe como legado os fundos e os contactos para restaurar a Private, a sua agência de investigação. Cinco anos depois, Jack fez da Private uma agência de sucesso, com filiais em diversos países e muitos casos importantes em mãos. Agora, Jack tem muito com que se ocupar. A esposa do melhor amigo foi assassinada e Jack tem de descobrir o culpado. Várias jovens raparigas foram mortas pelo que parece ser um mesmo assassino, mas com uma tal diversidade de métodos de acção, que se torna difícil chegar a qualquer conclusão sobre o assunto. E o seu tio Fred pede-lhe que resolva o que suspeita ser um caso de fraude nas arbitragens de alguns jogos. No meio de tudo isto, Jack não tem mãos a medir e, como se não bastasse, ainda tem de se preocupar com os demónios do seu passado, um irmão que o odeia e um desconhecido que lhe liga constantemente para o atormentar. Mas a equipa da Private é formada pelos melhores e, quanto aos seus problemas pessoais, Jack nunca foi homem de se deixar assustar.
Primeiro volume de uma nova série, este livro tem em comum com outros do autor precisamente os mesmos pontos fortes. Capítulos curtos e um ritmo de intenso de acção definem para a narrativa um ritmo altamente viciante, para o qual contribui também a escrita directa, com a caracterização de situações e de personagens a surgir na medida em que é necessária à acção. Além disso, entre todos os casos que Jack tem em mãos e as suas próprias circunstâncias, há tantos mistérios por desvendar e tanto a acontecer que é impossível resistir a ler sempre um pouco mais, de modo a encontrar respostas para cada nova pergunta que vai surgindo.
Sendo o enredo deste livro centrado essencialmente na acção e no mistério, parte do que torna a leitura cativante é o desenvolvimento destes dois elementos, estabelecendo ligações e possibilidades até chegar à identificação dos responsáveis. E, havendo vários casos em simultâneo, é necessário que várias personagens estejam em acção ao mesmo tempo. É neste aspecto que um dos aspectos mais interessantes deste livro sobressai: partes da história são narradas na terceira pessoa, enquanto que as que dizem respeito às acções de Jack surgem pela sua própria voz. Isto conjuga o melhor de dois mundos: a narração na terceira pessoa permite acompanhar diferentes personagens em diferentes circunstâncias, enquanto que as partes narradas por Jack permitem um registo um pouco mais pessoal, criando proximidade e empatia para com o protagonista, ao mesmo tempo que realçam as suas relações com os companheiros.
A equipa da Private é um núcleo sólido e rico em figuras interessantes. Jack é uma personagem carismática, mas falível, com um passado e demónios interiores, mas com uma capacidade de agir sobre pressão que o torna um líder eficaz. E o seu carisma estende-se aos que o rodeiam, alguns deles com um papel mais discreto a desempenhar, mas todos com histórias e ligações próprias. É isso, aliás, que os torna tão interessantes, já que, apresentando características que os tornam humanos, conseguem surgir como elementos naturais dos elementos em que intervêm, sejam situações de perigo e tensão, ou até momentos de descontracção e humor.
Altamente viciante, com um conjunto de personagens fortes e uma história rica em acção e mistério, mas também em humor e com um toque de emoção, Private: Agência Internacional de Investigação abre da melhor forma uma série com um vastíssimo potencial. Intenso e surpreendente, um livro que não desilude. Recomendo.

terça-feira, 16 de abril de 2013

O Livreiro (Mark Pryor)

De férias e em busca de algo com que se ocupar, Hugo Marston, chefe de segurança da embaixada americana em Paris, decide visitar o seu amigo Max na sua banca de livros junto ao rio. Faz algumas compras, quase por impulso, e, não tendo consigo dinheiro suficiente, ausenta-se por uma hora para ir em busca de um banco. Volta uma hora depois, a tempo de ver o amigo ser raptado sem nada poder fazer para o ajudar. Mas Hugo não está disposto a desistir e, se foi incapaz de impedir o rapto, então está determinado a fazer tudo o que puder para descobrir o que aconteceu e trazer o amigo de volta. O problema é que o velho Max, com o seu passado secreto e a sua pequena banca, chamou a atenção de gente poderosa. E a própria polícia parece não estar assim tão interessada em desvendar o mistério.
Mistério, acção é um pouco de História, num enredo cheio de personagens carismáticas e com uma intriga elaborada, fazem deste livro uma leitura intrigante e viciante. E por vários motivos, sendo de referir, desde logo, o estilo de escrita, bastante directo e centrado na acção, mas com a medida certa de contexto e descrição de cenários. Há sempre uma pergunta que precisa de resposta ou uma situação em que é preciso agir, o que mantém viva a curiosidade em saber mais, e, além disso, o ambiente, com todas as suas peculiaridades, é caracterizado com bastante precisão, sem excessos, mas de forma a tornar esses cenários fáceis de imaginar.
A este ritmo intenso, tanto a nível de momentos de acção como de enigmas para desvendar, junta-se a inevitável presença de um passado que paira sobre as personagens. E isto aplica-se tanto a simples experiências pessoais (como a antiga relação de Hugo ou o primeiro casamento de Claudia) como a factos com ligação a momentos históricos (como a história de Max, sobrevivente do Holocausto). Estas ligações implicam, aliás, dois pontos fortes. A relação que têm com o grande mistério (do desaparecimento de Max e de todas as consequentes revelações) está longe de ser a expectável, e a forma como o seu passado contribui para essa expectativa potencia o impacto das revelações mais surpreendentes. Além disso, a existência de um passado, que implica mais ou menos dor e mais ou menos crescimento, torna as personagens mais humanas, gerando assim mais empatia.
Por último, mas igualmente importante, falta referir, claro, a caracterização das personagens. Enquanto protagonista carismático, Hugo sobressai, com a sua relativa tendência para o heroísmo a conjugar-se com um bom sentido de humor e algumas experiências (passadas a presentes) a revelar as suas vulnerabilidades. Mas quase todas as personagens têm algo de carisma, seja na forma como agem perante as circunstâncias, seja no que os liga enquanto colegas ou amigos (ou algo mais). É fácil encontrar algo de cativante em muitas as personagens e também isso é parte do que cativa neste livro.
Misterioso e envolvente, com um enredo cheio de surpresas e um conjunto de personagens tão interessantes como as circunstâncias em que se encontram, O Livreiro apresenta uma história cativante, num cenário bem construído e com um equilíbrio fascinante entre intriga, acção, emoção e um delicioso toque de humor. Um livro viciante, portanto. Muito bom.

Novidade Porto Editora


Ella Beene vive uma vida idílica numa pacata cidade americana, com o marido, Joe, e os dois filhos do primeiro casamento deste. Certo dia, porém, infringindo uma regra de ouro, Joe vira costas ao mar e uma onda arrasta-o para o fundo, levando consigo os seus muitos segredos.
Convencida de que a mãe biológica dos filhos, Paige, os tinha abandonado, é com grande surpresa que Ella a vê aparecer no funeral, decidida a recuperar a custódia.
À medida que os segredos emergem, Ella vê a sua vida perfeita ruir como um castelo de cartas. Mas há duas crianças que precisam de si mais do que nunca e pelas quais está disposta a enfrentar todas as adversidades…

Seré Prince Halverson é mãe e madrasta e cresceu com uma mãe e uma madrasta. Trabalhou vários anos como copywriter freelance. O maior amor do mundo é o seu primeiro romance e está a ser traduzido para 19 países.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Receitas de Amor (Anthony Capella)

Laura é uma jovem americana a estudar em Roma. Após algumas experiências desastrosas, convence-se de que o seu príncipe encantado até pode estar em Itália, mas só se for um chef de mãos hábeis. Não o espera encontrar, claro, mas, por acaso ou não, Tommaso surge na sua vida. Afirma ser o chef de um restaurante conceituado e está disposto a prová-lo a Laura, se for isso que é preciso para a conquistar. O problema é que Tommaso não é um chef, mas sim um empregado de mesa. Para seduzir Laura, precisa da ajuda do seu amigo Bruno, ele sim um cozinheiro experiente. Bruno sente-se em dívida para com o amigo e, apesar de alguma relutância, acaba por aceitar cozinhar para ele. Mas o que ele ainda não sabe é que Laura é a mulher por quem se apaixonou e com quem nunca teve a coragem de falar. Entre tantas confusões e enganos, a história não pode acabar bem...
Conjugando romance e gastronomia no centro de um enredo feito de paixões e enganos, Receitas de Amor é, no essencial, um livro para divertir e entreter. Situações caricatas surgem em abundância e, em consequência, vários momentos divertidos, e toda a história é contada no tom leve e agradável de uma história que, apesar de todas as confusões envolvendo os protagonistas, acaba por ser bastante simples. Há muitos episódios curiosos e até, por vezes, um toque de emoção, o que, aliado a um enredo intrigante o suficiente para despertar a curiosidade relativamente à embrulhada em que as personagens se conseguiram meter, resulta numa leitura envolvente e com vários momentos particularmente bons.
A parte romântica é feita dos habituais equívocos presentes neste tipo de história. Cada personagem tem intenções completamente diferentes e as circunstâncias colocaram-nos numa posição que, sendo aceitável, no princípio, cedo se afasta do que era suposto ser. Isto é parte do que dá origem às grandes confusões, criando para os protagonistas um conjunto de peripécias e conflitos que, peculiares como são, acabam, ainda assim, por captar o interesse de quem lê. E a isto juntam-se as questões de culinárias, também elas uma boa base para episódios caricatos, mas também uma forma interessante de conhecer melhor a cozinha romana. A descrição dos detalhes gastronómicos é, aliás, bastante exaustiva, havendo, por vezes, momentos em que quase se sobrepõe à história.
Quase tudo gira em torno de Bruno, Tommaso e Laura, o que leva a que algumas questões fiquem em aberto, nomeadamente devido à discreta intervenção da Máfia nos restaurantes e a algumas das opções de Tommaso quando se vê à frente do restaurante. São elementos secundários, já que o centro é o romance, mas que tornam a história mais interessante, pelo que poderiam, talvez, ter sido um pouco mais explorado, apresentando consequências, por exemplo.
Este é, portanto, um livro que, sem ser particularmente complexo, cativa pela peculiaridade das circunstâncias dos seus protagonistas e pela empatia que são capazes de gerar, mas também, e principalmente, pelo bom equilíbrio entre um caricato triângulo amoroso e um desenvolvimento interessante dos detalhes gastronómicos. Um livro agradável e divertido, em suma, e uma boa leitura para descontrair.