sábado, 29 de junho de 2013

Alex Cross: Perigo Duplo (James Patterson)

Desde que deixou a polícia, Alex Cross parece estar a adaptar-se a uma vida mais tranquila. Tem os seus filhos e os seus pacientes e a sua única relação com a autoridade é com a detective Bree Stone. E é uma relação muito pessoal. Mas a calma está prestes a terminar. Há um novo assassino à solta, um que parece ter necessidade de cometer os seus crimes em público e que sente uma estranha necessidade de desafiar os melhores entre as forças da lei. E, mesmo retirado, o nome de Alex Cross ainda consta entre os melhores. Como se não bastasse, Kyle Craig, outro assassino perigoso, escapou da prisão em que se encontrava e é do conhecimento geral que ele jurou vingança contra os que o levaram à prisão. Também aqui o nome de Alex Cross surge na lista. E, com tudo isto a acontecer, Alex não tem outra alternativa que não regressar ao activo e participar na investigação. Até porque ele próprio começa a sentir saudades da velha profissão...
Tal como noutros livros do autor, sobressai deste Alex Cross: Perigo Duplo um conjunto de características no estilo de escrita que contribuem para tornar a leitura viciante. Características que, presentes em muitos dos seus livros, parecem resultar particularmente bem neste género. Falo, é claro, da escrita simples e directa, centrada nos acontecimentos e com a contextualização a surgir a um ritmo muito gradual, o que permite uma estrutura de capítulos curtos e um ritmo intenso e cheio de acção. A eficácia deste estilo é particularmente evidente nesta série, já que, com as personagens numa corrida para resolver o mistério e encontrar o assassino (ou assassinos?), estes capítulos curtos, aliados ao mistério de ir conhecendo as personagens, principalmente aos novos elementos, ao ritmo da evolução do próprio enredo, a história ganha uma intensidade viciante.
Isto seria o suficiente para fazer deste livro uma boa escolha a nível de entretenimento. Mas há mais. Se a caracterização das personagens é, de facto, feita aos poucos, isto não significa que seja demasiado abreviada. Na verdade, o desenvolvimento do mistério em torno dos assassinos ganha força pelo jogo de possíveis características lhe vão sendo atribuídas, traços que se tornam mais vincados devido aos capítulos dedicados aos seus pontos de vista. E, quanto à situação muito particular de Kyle Craig, e ainda que haja elementos anteriores que serão desconhecidos, a não ser que se tenha seguido a série desde o primeiríssimo volume, a relação de antagonismo (e algo mais) entre Craig e Cross cria não só momentos fortíssimos, mas grandes possibilidades para livros futuros.
E depois há o protagonista, é claro. Sempre carismático e com laivos de um humor interessante, Alex Cross surge neste livro em toda a sua glória. E se, durante grande parte do enredo, os desenvolvimentos são bem menores a nível pessoal, comparativamente ao livro anterior, a situação com Kyle Craig vem compensar em muito essa ausência, abrindo caminho para um final especialmente intenso.
Este é, pois, um livro que não desilude, com o seu ritmo envolvente, história intrigante e personagens carismáticas. Viciante desde as primeiras páginas e até ao intenso final, um livro impossível de largar. Muito bom.

1 comentário:

  1. Olá Carla
    Tenho um miminho para si no meu blog.
    Se houver algo que não esteja bem, diga que eu altero.
    Parabéns pelo seu trabalho. Desejo-lhe sucesso.
    bj
    Clarinda

    http://www.lerviverler.blogspot.pt/2013/06/vida-noutro-blog-62.html

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