terça-feira, 5 de novembro de 2013

Quando Tu Eras Meu (Rebecca Serle)

Rosalina e Rob sempre foram os melhores amigos. Mas, à medida que o novo ano lectivo se aproxima, cresce a esperança de que a sua relação se possa tornar em algo mais. Mas a mudança é inesperada e, depois de um início auspicioso, ocorre a ruptura, provocada pela chega de Julieta. Esta é a prima de Rosalina e em tempos foram as melhores amigas, mas algo aconteceu no passado que criou um abismo entre ambas. Agora, Julieta quer vingança pelo que perdeu e parece que a conquistará com facilidade, pois despertou em Rob uma paixão capaz de quebrar o coração da prima. Mas os segredos do passado estão prestes a vir à tona. E, mais uma vez, as relações poderão ser abaladas...
Tendo por base a tragédia intemporal de Romeu e Julieta, mas contada do ponto de vista de Rosalina, este é um livro que cativa, em primeiro lugar, pela leveza. Leveza que transparece, em primeiro lugar, do estilo de escrita, simples, mas agradável e adequado à voz de uma protagonista jovem, mas também da fase inicial da história, em que tudo parece promissor e bastante alegre. Esta leveza inicial prevalece, em certa medida, ao longo de todo o livro, mas abre caminho a algo mais vasto, com uma situação que se torna progressivamente mais complexa, não propriamente devido aos dramas da adolescência, mas aos segredos que estão associados à história das personagens principais.
Estes segredos são, aliás, o mais interessante deste livro, já que criam, em primeiro lugar, uma aura de mistério, quando as causa da separação - e até de alguns actos vingativos - permanecem por explicar, e depois uma tensão entre personagens que torna a história mais cativante. Fica, talvez, a impressão de que mais haveria a explorar sobre o passado e essas questões familiares, sendo neste aspecto que a narração pela voz de Rosalina se torna um pouco limitante. Ainda assim, o que é efectivamente contado basta para abalar por completo o rumo da história, abrindo caminho a momentos muito emotivos e também, no que toca a Rosalina, a um percurso de crescimento que, marcado quer pela dor, quer pela superação, nunca deixa de ser cativante.
Quanto às ligações a Romeu e Julieta, destaca-se o equilíbrio discreto com que vão sendo desenvolvidas. É fácil reconhecer os pontos em comum, mas também as diferenças. Isto permite que esta história ganhe uma identidade própria, reconhecendo, ainda assim, a história intemporal que lhe serve de base.
Envolvente desde o início e bastante emotiva, esta é uma história que poderia, talvez, ser mais desenvolvida em alguns aspectos, mas que, de resto, cativa e surpreende na sua recriação de uma história sobejamente conhecida. É uma boa leitura, pois.

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