segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Escravos da Luxúria (Kate Pearce)

Um acontecimento traumático no passado, bem como os seus demónios interiores, levaram a que Anthony Sokorvsky não pudesse encontrar satisfação senão nas experiências mais extremas. Mas passou o tempo em que a submissão era a melhor forma de esquecer e agora a situação começa a criar-lhe mais constrangimentos que prazer. Anthony precisa de se afastar do que conhece e descobrir um novo caminho. Mas está longe de imaginar que esse caminho está na bela e cativante Marguerite Lockwood. Também ela com assuntos por resolver, Marguerite parece precisar tanto de Anthony como ele precisa dela. Mas bastará a atracção - ou o início de algo mais - para deixar para trás a sombra do passado?
Centrado na sensualidade, mas com uma história mais vasta a complementar o envolvimento entre os protagonistas, este é um livro que cativa, antes de mais, pela forma como conjuga uma história própria e relativamente independente com as relações com personagens de volumes anteriores. Há um contexto para as histórias de Anthony e Marguerite, e conhecer os livros anteriores ajuda a compreendê-lo. Mas o essencial do seu percurso está neste livro e, por isso, é facilmente compreensível sem se ter lido qualquer dos outros volumes.
Também interessante é a forma como o passado dos protagonistas condiciona não só as suas escolhas mais importantes como os mais simples dos comportamentos. Marguerite, presa às perguntas sem resposta e a uma família que a despreza, precisa de encontrar a segurança para fazer as suas escolhas, enquanto que Anthony tem também de deixar para trás as inseguranças, mas, acima de tudo, de manter a sua recém-adquirida determinação. Ambos têm alguma sombra no passado e, por isso, as suas posições têm tanto de contraditório como de complementar, o que faz com que, apesar de alguns momentos um pouco forçados, a sua relação acabe por resultar bastante bem.
E depois há a questão do erotismo, com cenas bastante elaboradas e com umas quantas peculiaridades. Cenas que, principalmente na fase inicial, parecem surgir de forma demasiado rápida, mas que, com o evoluir do enredo, acabam por adquirir um maior equilíbrio, surgindo na medida em que são necessárias ao enredo e permitindo que o restante da história ganhe protagonismo.
Tudo somado, Escravos da Luxúria apresenta uma história em que dominam o romance e o erotismo, mas em que, de forma mais ou menos discreta, outras relações e circunstâncias contribuem para tornar a história mais complexa e, por isso, mais interessante. Cativante e com algumas boas surpresas, uma boa leitura.

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