sexta-feira, 10 de julho de 2015

The Man Who Remembered the Moon (David Hull)

Dizem que nunca existiu. Mas ele lembra-se. O grande círculo no céu, a lua. Ele via, e depois ela já não estava lá. E, à medida que começa a fazer perguntas, a perguntar se alguém se recorda, ele descobre que tudo desapareceu. Ninguém sabe do que está a falar, todas as referências conhecidas desapareceram. E todos pensam que está louco. Ainda assim, ele sabe. Mas quanto vale esse conhecimento quando está sozinho e ninguém acredita no que ele diz?
Um dos aspectos mais interessantes deste livro é o facto de, apesar da brevidade, apresentar uma vasta jornada pelas complexidades da mente humana. As possíveis teorias que explicam os delírios do protagonistas – se podem ser descritos como tal - , a solidão de acreditar nalguma coisa que todos os outros julgam absurda, os efeitos das nossas tribulações naqueles que mais amamos. Há todo um conjunto de questões importantes nesta história relativamente breve – e essa é uma das razões que a tornam tão fascinante.
Há também uma estranha proximidade para com o protagonista. É fácil sentir o que ele sente, partilhar da sua confusão com o que sabe mas mais ninguém recorda. E, ao usar a sua voz para contar a história, o autor confere ao livro um maior impacto, pois faz-nos querer saber o que aconteceu à lua – e o que aconteceu a Daniel. E, ao mesmo tempo, faz-nos compreender o que ele sente.
Quanto às explicações, é interessante reparar nas várias teorias que Daniel constrói para explicar a sua alegada condição. A pesquisa, as perguntas, a crença continuada, tudo isto o torna mais humano, e mais complexo. E, ao mesmo tempo, o mistério do desaparecimento da lua mantém a intriga. Isto vai também expandir o impacto das revelações finais, que culminam numa brilhante – e muito surpreendente – conclusão.
O resultado de tudo isto é que, apesar de ser um livro bastante breve, contém, em todos os aspectos relevantes, uma grande história. Cativante, surpreendente, intensa – e com um final brilhante – não poderia ser menos que memorável. E impressionante em todos os aspectos.

Título: The Man Who Remembered the Moon
Autor: David Hull
Origem: Ganho num passatempo

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