quinta-feira, 15 de março de 2018

Divulgação: Novidade Guerra e Paz

O romance que o Brasil recebeu com escândalo.
Uma história de amor entre dois homens: Amaro – o Bom Crioulo – e Aleixo. Um marinheiro negro sente-se atraído por um jovem grumete branco. Na trama, surge ainda D. Carolina, ou melhor, Carola Bunda, portuguesa e ex-prostituta, desejosa de entregar o seu corpo maduro a um amante jovem como Aleixo. Assim se constitui um triângulo amoroso fatal. Uma singular e improvável história de amor entre dois homens, a que não falta a traição, a diferença de idades, a culpa, o medo. Eis uma situação que pode sair fora do controlo: se uma paixão violenta causa cegueira, será inevitável um final trágico?
Adolfo Caminha, duramente atacado pela crítica, ficou para a História como um autor «maldito».
Votado ao esquecimento na primeira metade do século xx, Bom Crioulo é hoje traduzido em todo o mundo, e é considerado o primeiro romance da literatura em língua portuguesa a abordar a homossexualidade e logo numa relação inter-racial.

Adolfo Caminha. Adolfo Ferreira dos Santos Caminha, escritor brasileiro, nasceu em Aracati, no Ceará, em 1867. Aos 10 anos de idade, ficou órfão de mãe e foi viver com uns parentes de Fortaleza e, mais tarde, para casa de um tio no Rio de Janeiro. Em 1883, entra para a Marinha de Guerra, chegando ao posto de segundo-tenente. De regresso a Fortaleza, apaixona-se por Isabel de Paula Barros, a esposa de um alferes, que abandona o marido para viver com ele. Este episódio provoca grande escândalo em Fortaleza, o que o força a desistir da carreira militar e a trabalhar como funcionário público. Debilitado pela tuberculose, morre aos 29 anos, no Rio de Janeiro, em 1897. Atacado pela crítica contemporânea, é hoje considerado um dos grandes expoentes do naturalismo brasileiro.
É autor de Voos Incertos (1886), Judite e Lágrimas de um Crente (1887), A Normalista (1893), No País dos Ianques (1894), Cartas Literárias (1895), Tentação (1896), mas é com Bom Crioulo (1895) que atinge o reconhecimento literário. Colaborou com a imprensa carioca, em jornais como O Norte, Gazeta de Notícias, Jornal do Comércio, O País, e foi fundador da Nova Revista (1896).

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